segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Merhaba, Ístanbul!!!

Istambul é uma das cidades mais interessantes que já conheci – uma das mais populosas do mundo, meio europeia-meio asiática, com o peso de ter sido capital de 4 impérios e de ter chamado Constantinopla no passado.
Ficamos 4 dias inteiros, conheci todos os pontos turísticos que gostaria de conhecer, mas ficaria facilmente mais 1 ou 2 dias (ou retornaria em outra oportunidade), para revisitar alguns pontos, perder-me em outros bairros, comer mais kebabs...

Chegamos em Istambul num domingo à noite, no aeroporto de Sabiha Gökçen, depois de um voo tranquilo e pontual pela Pegasus Airlines (low-cost turca).
O ônibus Havatas, que leva para a Praça Taksim de meia em meia hora, por TL 13, estava bem em frente à saída e foi bem fácil encontrar. Conforme site, o trajeto realmente demorou cerca de 1h30.

Recomendo o apartamento em que ficamos. Além da localização muito boa (há uns 400m da Praça Taksim), ele é bem arrumadinho, o chuveiro tem bastante água (odeio aqueles chuveiros conta-gotas), tem um mercadinho providencial pertinho que fica aberto até beeeeeeeem tarde, a TV tem um milhão de canais...
O dono do apartamento é meio grosseirão, mas só o encontramos no check-in (ele praticamente entregou as chaves e disse “tchau e bença”!).

Aliás, essa foi minha impressão geral dos turcos: ou eles são grosseirões ou absurdamente gentis. Não tem meio termo.
Felizmente, os grosseirões são minoria, mesmo em Istambul, metrópole que é.

No dia seguinte, saímos umas 9h30, tomamos o bondinho da Istiklal Caddesi (95% dos passageiros eram brasileiros) e descemos até o Café Privato para tomar um típico café da manhã turco.
O que posso dizer é: IM-PER-DÍ-VEL. Uma das melhores refeições da viagem, sem sombra de dúvida.
Eram tantos itens (e todos gostosos!) que mal consigo me lembrar de todos... Acho que destacaria os queijos (variedades mil), a geleia caseira de ameixa (fantástica), as panquequinhas salgadas, o queijinho grelhado... hmm... basicamente tudo!
Copinho nacional para tomar chá


O atendimento é simpaticíssimo (uma das atendentes falava inglês, mas até os que só falavam turco eram gentis e solícitos).
Não foi exatamente uma pechincha (TL 40 = +/- R$ 45), mas valeu muito a pena.

Depois de comermos como se não houvesse amanhã, descemos até o porto, encontrando a Torre de Gálata no meio do caminho, para fazer um “cruzeiro” pelo Estreito de Bósforo, com a TurYol. O tour sai de Eminönü, subindo o Estreito de Bósforo sentido Mar Negro. A água é bem limpa (nada de nadar: muitas águas vivas!), e as casas que margeiam o Estreito são lindas, muitos palacetes, várias com seus iates particulares estacionados no “quintal”...
O passeio, que dura cerca de 1h30~2h e custa umas TL 13, é legal para dar um panorama geral, situar as regiões da cidade na sua cabeça.
Viver embaixo da ponte em Istambul é...

Após o tour, fomos conhecer a Estação de Trem Sirkecy, onde termina a viagem do Orient Express. Lá, também acontecem apresentações semanais dos dervixes rodopiantes. Pegamos informações, mas não assistimos (achamos que 1h de dervixe rodopiando ia ser demais para a nossa labirintite).
fernandica é aproveitar para pegar um mapa da cidade no posto de informações turísticas que tem na frente da estação.

Então, respiramos fundo (antes de nos embrenharmos na multidão de Eminönü) e subimos ruelas acima até a Mesquita de Süleymaniye.
Acho que foi a primeira mesquita a que fui na vida. Gostei do conceito: parecem espaços de convivência, muito mais acessíveis que as milionárias e opressivas igrejas católicas. Os entornos são grandes jardins bem cuidados onde as pessoas se deitam para ler ou se juntam para jogar uma pelada (turco adora futebol). Lá dentro, no espaço reservado para os muçulmanos, além de homens ajoelhados, rezando, vi crianças brincando e correndo de um lado para o outro. Um grande espaço sem bancos, sem altar, todos juntos.
Quer dizer, “todos” que não sejam mulheres, que tem que rezar num lugar separado, bem menor e mais feio. Foi meu senão com a religião...
Para entrar, os visitantes tem uma entrada apartada, tiram os sapatos e vestem uma túnica emprestada, se estiverem com ombros, barriga, joelhos de fora. As mulheres também devem cobrir a cabeça com um xale (é sempre bom ter uma pashmina na mochila quando se viaja para lugares religiosos, seja Roma ou Istambul). Não se paga nada, mas recebem doações.
A Mesquita de Süleymaniye é muito bonita, minha favorita de Istambul.



Voltamos para Eminönü para comer o balik ekmek (literalmente, sanduíche de peixe). Uma viagem a Istambul não é completa sem um!!!!
Você entra na fila (é rápida), pega seu sanduíche, senta numa mesa (estão sempre cheias, mas a rotatividade é alta), molha seu sanduba com o suco de limão que está na mesa, compra picles com os menininhos fofos (esqueci de tirar foto com eles... pena!), come e sai fora. O sanduíche é simples (peixe, alface, tomate, cebola), mas o gostinho daquela chapa que deve fazer uns trocentos mil filés por dia é irreproduzível! Adoramos! Eleito um dos melhores quitutes da viagem!
Sanduíches são feitos dentro desses barcos. Não sei como eles conseguem... às vezes, balança MUITO!
Foto não faz jus...
De lá, andamos um montão até a Mesquita Azul (foi a segunda e última mesquita da viagem) – Sultanahmet Camii. MUITO bonita!! Bem mais cheia que a de Süleymaniye, entretanto...
A ideia era vermos o show de luzes que começava às 20h, mas ouvimos que não existia mais o tal show... Então, sentamos em um café entre a Mesquita e a Santa Sofia, tomamos ayran (uma bebida que eles tomam o tempo todo, parece uma coalhada mais diluída, salgada), fumamos narguilé (me deixou rouca desde então) e assistimos à performance de um dervixe.
Acho no mínimo curiosa essa história de “show” de dervixe. Os rodopios são a forma deles de louvar/ entrar em contato com Deus. Transformar isso em show, para mim, equivale a cobrar ingresso para ver as pessoas rezando no Muro das Lamentações. Nesse café (não estou chamando de “bar” porque não servia bebidas alcóolicas), por exemplo, o “show” do dervixe era uma espécie de couvert artístico!
Enfim...

Demos uma volta no Hipódromo, que estava tomado por uma exposição coreana (a cidade inteira estava cheia de bandeirinhas da Coréia!), e fomos para casa descansar.

Esse foi um dia pesado em termos de caminhada. Definitivamente deveríamos ter pego o tram (de Eminönü à Mesquita Azul, por exemplo), ou deixado para conhecer a Mesquita junto com a Santa Sofia (que estava fechada – era segunda-feira).

À noite, fomos até a Praça Taksim comer no Kizilkayalar, eleito o melhor wet burger de Istambul pelo Istanbuleats (uma ótima fonte de dicas, aliás)!!
Mas, afinal, o que é wet burger?? É um hambúrguer simples (pão e carne) molhados em molho de tomate meio picante (as comidas lá são geralmente um pouco picantes)! Estranhamente bom! Hahahahaha!

(mas não é imperdível – só experimente se estiver por lá, não precisa atravessar a cidade atrás dele)
Também foi baratão, uns TL 4 cada (mas 1 não é suficiente para satisfazer gordinho suado nenhum ninguém).

P.S. “Merhaba” = olá, em turco!

Fotos: Fernanda I. 

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