segunda-feira, 2 de julho de 2012

Kitanda de Gonçalves

Outro dia, estava pensando como sou movida a comida... Nossa Senhora... Fui ao Shopping Vila Olímpia somente para comer o bolo de frutas do Pandaréu, sempre tenho anotações gastronômicas para as minhas viagens, comer [•] é a melhor desculpa que encontro para sair com os amigos (quando encontrar os amigos, em si, deveria ser o principal do programa) e por aí vai. A única exceção disso tudo é o HK, que, para seguir a lógica, deveria ser chef. Não é chef, mas gosta de se aventurar pela cozinha e de comer bem (mas pouco, porque como mais do que ele na maioria das vezes! Hahahaha). Está redimido.
Foi assim, pela comida, que decidimos ir a Gonçalves, numa viagenzinha de fim de semana. A razão principal foi o Kitanda, altamente elogiado pela Ailin e pela Simone, que trabalha com a minha irmã e sempre tem dicas boníssimas de tudo quanto é coisa (presente para crianças, organização de festas, jantar gourmet harmonizado com vinhos etc. – ela devia ter um blog!).

A casa, como tudo em Gonçalves, é simples e rústica, bem cozy. As mesas estão todas dispostas no quintal (que poderia ser mais bem cuidado, mas devemos considerar que estamos no inverno, quando é mais difícil manter a grama verde...), sob sombra das árvores, e os utensílios/”louças” são bem pensados e lúdicos (marmitinhas de alumínio para manter o pão quentinho, coadores individuais de café, forminhas de empada para as geleias e pastas, latinhas de molho de tomate reaproveitadas como açucareiros...) – são esses pequenos detalhes que refletem quanto carinho foi posto no restaurante.

O Kitanda só funciona no almoço (abre no jantar mediante reserva) e só trabalha em esquema menu-degustação (R$ 44 por pessoa). O principal do dia era costela de porco.
Primeiro, chegaram os pães quentinhos acompanhados de manteigas aromatizadas (frutas vermelhas com cachaça, e damasco) e conservas de abobrinha e de berinjela. Tudo gostoso! Preferi o de damasco, que é mais sutil e mistura-se melhor com a manteiga, e a conserva de abobrinha estava maravilhosa.
Segundo, vieram bolinhos de arroz, recheados de queijo, e torresmos ultra crocantes e sequinhos, acompanhados de geleia de pimenta, creme de cupuaçu, creme de [•] (não lembro mesmo, era uma frutinha típica da Amazônia) e geleia de [•] com vinho branco (outra coisa que não vou lembrar). Os bolinhos de arroz estavam crocantes e sequinhos por fora e super molhadinhos por dentro. Muito gostosos. Os cremes e geleias todos estavam magníficos, comi puros mesmo, quando acabaram os bolinhos.

Terceiro, três porçõezinhas fofas – canjiquinha, sopa fria de beterraba (este estava dispensável) e capeletti de curry de banana frito com pimenta biquinho. Bons, mas não memoráveis.
Quarto, mais entradinhas: biscoito de polvilho (molinho, do tipo pão de queijo) com molho cremoso de maracujá (AMEI) e quadradinho de tapioca com queijo, coberto de creme de chocolate com cachaça. O creme de chocolate, eu não provei, mas a tapioquinha estava tão gostosa que pedi para repetir (TUDO é repetível no Kitanda, mas, dada a quantidade exorbitante de comida e as 3h de estrada que tínhamos pela frente, achei melhor não repetirquase nada).
Depois de me esbaldar de tanto comer entradinhas, foi servida a salada de alface com mostardas em grão. Bom. É salada, né. Nada de mais.
De principal, duas lindas panelinhas de pedra com arroz e feijão e uma linda chapa de pedra com costela de porco, couve rasgada refogada, purê de mandioquinha e batata doce caramelizada. Depois de (tantas) entradas boas, devo confessar que esperava mais do prato principal... a carne estava meramente morna e decepcionantemente seca, o purê estava prahalad viscoso, e a batata doce estava dura que só... o prato estava mais para “não ruim” do que para bom...
De sobremesa, doce de abóbora, bem delicado e doce na medida correta, e doce de leite, clarinho, super cremoso, gostoso (e doce) como um doce de leite tem que ser.
O café merece um parágrafo só dele – é coado individualmente por você mesmo!! Um mimo! Acompanhado de açúcar aromatizado com cardamomo ou canela. O de cardamomo não deixa gosto de nada, mas confere um cheirinho de especiarias delicioso, bem de leve.
Preço justíssimo, a conta para 2 pessoas saiu R$ 103 (com uma água e uma Coca).

Na saída, aproveite para levar para casa algumas das delícias que você provou no almoço. A maioria das geleias/ cremes custa R$ 10 (naquele potinho padrão de geleia, acho que de 200ml), assim como os açúcares aromatizados. Alguns poucos custam R$ 15.

Acho que vale a pena dizer, como ponto de atenção, que tudo ou quase tudo é adocicado/ agridoce. Para mim, é uma vantagem, porque eu AMO comidas agridoces, mas tem gente que odeia... por isso a ressalva.

Voltarei? Não sei se volto a Gonçalves (que é mais pacata que Monte Verde e não tem um centrinho “ativo”, mas é tranquila e certamente tem seu charme). O Kitanda foi uma boa experiência – uma vez lá, mas certamente não vale uma viagem, como no meu caso.
Para ir: Quando estiver em Gonçalves, ou naquela região.
Tipo: comida mineira.

Fotos: Helio Kwon

Serviço de utilidade pública: Rua Antônio Caetano Rosa, 217, Centro - Gonçalves, MG – tel. (35) 3654-1406

Um comentário:

  1. Hummm! Quando eu e Theté Fran formos, vamos pular o prato principal, e repetir as entradinhas várias e várias vezes! Parecem deliciosas!

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