terça-feira, 5 de maio de 2009

Aventura cristã

Fomos HK e eu para a Cidade Maravilhosa este feriado de Primeiro de Maio.

O Rio de Janeiro é realmente lindo, com seu verde reflorestado encrustado em meio aos prédios antigos, seus morros contrastando com as praias, o calçadão® de Copacabana e o povo bonito nas areias de Ipanema... tenho que admitir que tive várias experiências boas na capital fluminense, mas tive tantas outras ruins com os cariocas que vejo-me obrigada a juntar-me ao coro paulista e dizer: O que estraga o Rio de Janeiro é o carioca!
Sem brincadeira...

Para ilustrar, vamos à minha experiência no Corcovado:

Chegamos ao pé do Corcovado próximo das 16h. Sabíamos de duas formas para subir ao Cristo: via trenzinho, por R$45/pax ida-e-volta, ou via táxi até um ponto mais acima, de onde pegaríamos uma van por R$17/ pax ida-e-volta. Chegando lá, um moço da farmácia em frente ao Corcovado (fonte independente, pensamos) nos disse que não havia mais a segunda alternativa, de forma que deveríamos pegar o trenzinho ou uma outra van (da empresa Corcovado Car Service) que faria o mesmo trajeto antes feito pelo táxi por R$45/ pax, com direito a parada no mirante.
Entrando na van, descobrimos que o valor era, na verdade, R$40 por pessoa (1)... Bom, valendo, porque o trenzinho estava com fila de espera, pararíamos no mirante e ainda poderíamos voltar quando bem quiséssemos porque "tem van descendo a toda hora"...
Subimos, paramos no mirante, tiramos fotos, subimos mais, chegamos até o ponto onde todos pegam as outras vans e... olha só: encontramos vários táxis parados esperando pessoas que haviam subido ao Cristo (2)!!!! Ou seja: havia uma alternativa ao trem e à van cara!
Ok... já estávamos lá mesmo, né! Pegamos a outra van, lutamos por um espacinho no mirante, esquivamo-nos para tirar uma fotinho... aquela coisa de turista desesperado... De repente, uma surpresa boa: o banheiro é relativamente limpo e bem equipado - papel higiênico, sabonete e papel para secar as mãos!
Até chegarmos lá em cima, era praticamente noite e começou a assoprar aquele ventinho friiiio, que depois virou praticamente ventania... resolvemos descer: pegamos uma fila astronômica para a primeira van, descemos até o estacionamento, de onde pegaríamos a van "que descia a toda hora" - só que eu devo ter entendido errado, porque a proposta era "que descia DE HORA EM HORA", porque ficamos 45 minutos esperando uma van chegar (3)!
Quando a van finalmente chegou, o pessoal, desesperado atrás de nós, perguntava alucinado para o motorista quando a outra van chegaria. Ele, muito mal educadamente, respondia impaciente "tá subindo, tá subindo!". Mais tarde, quando estávamos descendo, ele confidenciou ao casal que estava sentado ao lado dele "eu sei que vocês estão cansados e que querem voltar, mas eu não sou obrigado a ouvir essas coisas, entende?". Não, meu senhor, eu não entendo!
1) Se você não pode cumprir, não prometa;
2) O cliente tem sempre razão (não estou falando de cliente que xinga e que esperneia, estou falando de cliente que exige o que comprou);
3) O senhor é, sim, o representante da empresa. Logo, é obviamente com você que reclamaremos.

Depois de tudo isso, finalmente chegamos ao pé do morro.
Pegamos um táxi e informamos "Por favor, vamos para Santa Tereza"
"Ah, Santa Tereza, eu não conheço, não..."
"Ah, mas é pertinho da Glória, é uma travessa da Cândido Mendes, é fácil de chegar!"
(silêncio)
(silêncio)
"Olha, por R$20, eu te levo"
"Helio, vamos sair do carro!" (4)

Óbvio que é perigoso generalizarmos, mas o que tem de carioca com problema em definir "prestação de serviço" não é brincadeira! A sensação que imperou em mim este feriado foi: i) estão querendo passar a perna em mim e ii) ele acha que está me fazendo um favor... será que eu devo pagá-lo pelo serviço?

Bom, resumo da ópera: resolvi não ir ao Pão de Açúcar - para evitar stress desnecessário!

Foto: Blog DU PENSADOR

4 comentários:

  1. Por isso que eu digo: as pessoas precisam conhecer Vitoria e Vila Velha!!! hehe

    Beijos chuchu

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  2. Fezinha, o jeito é turistar no Rio com um carioca... acho que por isso que não fui enganada durante minha estadia por lá..... Triste, né? Mas temos que concordar que taxista é uma raça boa em qualquer lugar.... hahahahaha

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  3. Eu não queria nem botar meus pés em solo carioca quando era adolescente! Como era bobo!!! Depois que fui pela primeira vez, me encantei...como a cidade é bonita!!! É a novela do Manoel Carlos heeh! Mas logo percebi que quando vamos para lá, temos que esquecer que somos paulistas...aja como um carioca, não espere muito dos serviços...como saber o que seu serviço é ruim, se vc nunca foi atendido bem?! Quando estiver lá, não queira que seu prato venha em 10 min na mesa, relaxe, converse com amigos e aproveite o visual da cidade!
    Bjos
    Rafa
    www.fiquebege.blogspot.com

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  4. O mais engraçado, Rafa, é que não tive problema com restaurantes lá! Fui superbem atendida e os pratos vinham super rápido... me senti em SP!
    Mas concordo com vc: faltou senso de adaptação! Em Roma, faça como os romanos, não é mesmo??
    Da próxima vez, tentarei entrar no clima!

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